Conanda aprova resolução que proíbe a publicidade direcionada a crianças
A medida, aprovada por unanimidade pelo Conselho, tramita na assessoria jurídica da Secretaria de Direitos Humanos e deve ser publicada no Diário Oficial nos próximos dias
  	Foi aprovada de forma unânime pelo Conanda - Conselho Nacional dos   Direitos da Criança e do Adolescente, composto por entidades da   sociedade civil e ministérios do governo federal, a resolução que, na   prática, proíbe a veiculação de propagandas voltadas para crianças. Para   o Conanda, a publicidade infantil fere o que está previsto na   Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no   Código de Defesa do Consumidor. 
    	A medida aprovada pelo Conselho tem força de lei e, a partir de sua   vigência, tornará proibido o direcionamento à criança de anúncios   impressos, comerciais televisivos, spots de rádio, banners e sites,   embalagens, promoções, merchadisings, ações em shows e apresentações e   nos pontos de venda. 
    	Além disso, o texto versa sobre a veiculação de propaganda no interior   de creches e escolas de educação infantil e fundamental, inclusive nos   materiais didáticos e uniformes escolares. Não se enquadram na resolução   as campanhas de utilidade pública que não sejam parte de uma estratégia   publicitária. 
    	Há anos, empresas, agências e anunciantes discutem o assunto e defendem   a autorregulamentação do segmento e a atuação do CONAR contra campanhas   abusivas, ao invés de uma resolução como essa aprovada pelo Conanda,   que vem tratar de maneira mais efetiva o controle da publicidade   abusiva. O texto ainda tramita na assessoria jurídica da Secretaria de   Direitos Humanos e só deve ser publicado no Diário Oficial nos próximos   dias. 
    	Para o Idec, toda publicidade dirigida ao público infantil se aproveita   da natural vulnerabilidade da criança, que ainda não tem condições de   analisar criticamente o interesse mercadológico que existe por trás da   informação direcionada a ela. Por esta razão, esse público merece   especial proteção.
    	Por conta deste entendimento, o Idec vem contribuindo ao longo dos   últimos anos sobre o tema em consultas e audiências públicas e se   manifestando formalmente aos órgãos responsáveis, pela proteção deste   público que é cada vez mais alvo dos apelos mercadológicos. Abaixo,   elencamos algumas das atividades.
    	A luta contra a publicidade infantil 
    	Em 2013, entidades da sociedade civil enviaram carta ao governador   Geraldo Alckmin requisitando uma audiência para discutir a importância   da aprovação dos dois projetos de lei sobre publicidade infantil que   aguardavam para ser sancionados. O governador não sancionou o PL   193/2008 (que restringia a publicidade de alimentos não saudáveis   dirigida a crianças) mas as entidades continuam pressionando pela   aprovação o PL n° 1096/2011 (proíbe a venda de alimentos com brindes). A   aprovação dos projetos seria um marco na luta contra a epidemia de   obesidade infantil no País. A carta foi assinada pelo Idec, Instituto   Alana e outras 15 instituições.
    	Em agosto de 2012, o Idec participou de uma audiência pública que   abordou a regulação da publicidade dirigida a crianças menores de 12   anos, na sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília. A   audiência foi promovida pelo Grupo de Trabalho Comunicação Social da   PFDC (Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão), em conjunto com o   Instituto Alana e o Idec. O evento criou um debate sobre as propostas do   Projeto de Lei 5921/2001, que tramita há 13 anos no Congresso Nacional e   que proíbe a publicidade dirigida a crianças de até 12 anos, em   qualquer horário e por meio de qualquer suporte ou mídia. Assista à   audiência aqui. 
    	A Organização Mundial da Saúde já se pronunciou pela necessidade da   regulação da publicidade de alimentos. Em 2012, a Opas (Organização   Pan-americana da Saúde) publicou recomendações para a regulação de   alimentos não-saudáveis direcionadas às crianças. A publicação   “Recomentações da Organização Pan-Americana de Especialistas da Saúde   para Promoção e Publicidade de alimentos e bebidas não-alcoólicas para   crianças nas Américas”, lançado no congresso World Nutrition 2012,   trata da publicidade voltada para as crianças e da forma com que esta   seja regulada para garantir a segurança e a saúde desse público.
    	Em maio do mesmo ano, o Idec e o Instituto Alana enviaram uma carta aos   líderes do governo, à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância   Sanitária), aos ministérios competentes e às entidades de classe e   parlamentares ressaltando a importância das recomendações feitas pela   Opas em relação à  publicidade de alimentos e bebidas não alcoólicas   para crianças.
    	Em 2010, o Idec enviou uma carta aos   parlamentares da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos   Deputados, que votariam no dia 9 de junho três projetos de lei (PLs) que   regulam a publicidade dirigida às crianças (PL 4315/08, 6693/09 e   4440/08),  para manifestar seu apoio a iniciativas que impeçam a   continuidade da veiculação de publicidades direcionadas ao público   infantil.  
Fonte: IDEC

 
 
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